A Câmara de Fafe está a ponderar transferir a prestação do serviço de recolha e tratamento de resíduos urbanos do concelho para a empresa municipal Águas de Fafe, tendo para isso pedido um estudo prévio que foi dado a conhecer na última reunião do executivo municipal.
“Chegamos à conclusão que este é um caminho viável e desejável face às alterações que aí vêm”, começou por referir o presidente da câmara, Antero Barbosa, aludindo às metas impostas pelo PERSU (Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos), dando nota de que, segundo o estudo, não haverá um aumento de custos com a implementação das medidas a que estão obrigados a nível de separação dos resíduos.
“Se assim for, com as vantagens que advêm de fortalecermos e atribuirmos novas competências às Águas de Fafe, proponho aprovar este documento, que é um estudo prévio, remeter à assembleia municipal, e que seja dado o passo seguinte, que é encomendar um estudo de viabilidade económico-financeira, com mais detalhe”, afirmou o edil.
O presidente da câmara avançou que neste momento, dado o valor da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) e o custo praticado pela Resinorte por tonelada, a câmara está a ter uma despesa associada a esta componente na ordem dos 2 milhões e 380 mil euros, andando a receita à volta do milhão de euros. Para “equilibrar o sistema”, Antero Barbosa defende ser necessário “ganhar eficiência ao nível do tratamento e da estrutura a implementar”, considerando que a transferência desta competência para as Águas de Fafe poderá trazer “alguns ganhos de escala”.

O vereador do PSD, Rui Novais da Silva, defendeu que o assunto “deve ser bem refletido” e lamentou que este estudo prévio não tenha apresentado “todas as soluções”, considerando por isso que “não é esclarecedor”.
“Qual é a viabilidade económica em criar uma nova empresa para este novo serviço? Não é mais viável criar uma nova empresa e não sobrecarregar outra entidade (Águas de Fafe), que está a fazer o seu trabalho? São linhas de execução diferentes uma da outra. Gostava que o estudo apresentasse várias soluções“, referiu, sustentando assim a abstenção do PSD neste início de processo tendente a delegar a gestão de resíduos urbanos para as Águas de Fafe.