25 anos após a publicação da sua primeira obra, Pompeu Miguel Martins apresentou, na última quarta-feira, o seu novo livro «A Utopia do Não Ser», na Biblioteca Passos Manuel – Assembleia da República.
Para além do autor, o momento contou com a presença do editor João Artur Pinto, do jornalista Joaquim Franco, e de Paulo Mendes Pinto, figura central da Ciência das Religiões e da promoção da liberdade religiosa.
Na apresentação, João Artur Pinto sublinhou o empenho e o trabalho poético de Pompeu Martins ao longo dos 25 anos de vida literária, num percurso que vem sendo reconhecido pelas múltiplas publicações a nível nacional e até em projetos literários internacionais.
Para Joaquim Franco, “com o Pompeu Martins, não temos uma poesia que disfarça a vida, mas uma experiência de vida que se veste de poesia. Poesia que sonda o tempo que foi e o tempo que é… insinuando-se sem se revelar na totalidade, deixando para quem lê, o enigma da interpelação”.
Por seu turno, Paulo Mendes Pinto deu nota de que Pompeu Martins, neste seu livro ‘A Utopia do Não Ser’, “presenteia cada um dos seus leitores com um arrojado exercício do confronto interior com o tempo, com a criança e com a materialidade do tempo dentro de nós, com os limites do nosso ser, e com a busca do que, afinal, somos”.
“Ler este grupo de poemas, escritos ao longo de mais de dez anos, muitos deles redigidos em geografias do mundo muito diversas, é como fazer uma arqueologia dentro do percurso de vida de cada um. (…) Profundamente espiritual, esta recolha de poesias de Pompeu Martins é um exercício de autoconsciência que o poeta faz, obrigando-nos à realização de um exercício espiritual através da leitura“, referiu.
Por fim, Pompeu Martins agradeceu a presença de todos, sublinhando as questões de natureza sociopolítica do livro, uma vez estar a fazê-lo na Casa da Democracia, evocando a necessidade de não esmorecer a luta pelos Direitos Humanos, tendo aí recordado o drama das mulheres afegãs, lembrando a poeta Nadia Anjuman, as questões das migrações humanas, evocando Gerald Bloncourt e a necessidade de dar maior visibilidade nacional à obra poética de José Gomes Ferreira.