Depois de cinco adiamentos, foi conhecida esta quarta-feira a sentença relativa ao processo e-toupeira, que envolvia dois arguidos fafenses.
Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica que estava acusado de ter subornado José Augusto Silva para aceder a processos sob segredo de justiça, foi condenado a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa. Segundo a agência Lusa, o tribunal apenas validou a acusação do crime de corrupção entre os 50 crimes que lhe eram imputados.
Ainda segundo a agência Lusa, o acórdão ditou a condenação a cinco anos de pena suspensa para o funcionário judicial José Augusto Silva, pela prática de um crime de corrupção passiva, seis de violação de segredo de justiça, nove de acesso indevido, nove de violação do dever de sigilo, 28 de acesso ilegítimo e um de peculato, com o tribunal a deixar de fora 21 crimes de violação de segredo por funcionário.
O também oficial de justiça Júlio Loureiro foi absolvido do crime de corrupção passiva.
Recorde-se que a acusação do Ministério Público do caso E-toupeira remonta já a 2018. Segundo o acórdão dado agora a conhecer, o tribunal entende que o antigo dirigente do Benfica foi “o elemento preponderante que desencadeou toda a sequência de crimes”. Através da ofertas de bilhetes para jogos e merchandising do clube tornaria José Augusto Silva “permeável aos seus pedidos” de consulta de processos judiciais no Portal Citius “não por mera curiosidade”, mas para “utilizar a informação contra outros clubes rivais ou em benefício do Benfica”, lê-se no acórdão, citado pela Lusa.
