A Polícia Judiciária informou hoje ter detido dois homens que se faziam passar por falsos inspetores da PJ, sendo presumíveis autores dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, usurpação de funções e contrafação de documentos, ocorridos na zona norte do país, nomeadamente em Fafe.
Em comunicado, a PJ refere que a 25 de junho “um grupo de homens dirigiu-se a uma residência, em Fafe, pelas 07H00, onde habita um empresário e respetiva família, pretendendo dar cumprimento a uma busca domiciliária”.
“Munidos de autorizações judiciais contrafeitas e devidamente equipados com coletes, crachás e indumentária característica da PJ, evidenciando algum profissionalismo e confiança na suposta diligência, os homens iniciaram a busca, apreendendo objetos em ouro, relógios, documentos e dinheiro, cujo valor ultrapassou os 100 mil euros. Efetuaram procedimento semelhante numa das empresas da vítima, arrecadando mais dinheiro. Após a consumação dos factos, colocaram-se em fuga para parte incerta”, relata a PJ.
Com o início da investigação por parte do Departamento de Investigação Criminal de Braga da PJ, e a consequente partilha de informações com a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária e com a Guarda Nacional Republicana, vieram a ser contabilizados episódios análogos em vários concelhos da zona norte do país, que foram sucedendo nas semanas seguintes.
“O desenvolvimento investigatório permitiu identificar os suspeitos que, de forma organizada e recorrendo a meios propositadamente angariados para a prática dos crimes, apresentam um vasto passado criminal, tendo já sido condenados e cumprido penas de prisão”, lê-se no comunicado.
Com a investigação inicialmente titulada pelo DIAP de Fafe e posteriormente pelo DIAP de Guimarães, realizaram-se diversas diligências de investigação, designadamente com utilização de meios especiais de obtenção de prova, cumprindo-se ainda buscas domiciliárias e não domiciliárias.
“Foi possível assim recuperar cerca de 30 mil euros em dinheiro, relógios, ouro, moeda estrangeira, viaturas, crachás, coletes e documentos de identificação contrafeitos alusivos à Polícia Judiciária”, referem.
Os detidos, dois homens, de 48 e 54 anos, residentes em Paredes e em Viana do Castelo, serão presentes às autoridades competentes para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.