O Parque da Cidade de Fafe tem um novo motivo de atração: um mural dedicado à arte da palha, símbolo da cultura e identidade fafenses, da autoria da artista portuguesa Mafalda Gonçalves.
A apresentação do novo mural, realizado no âmbito do projeto “Café Cultural Residências Artísticas”, decorreu esta manhã.
A vereadora da Cultura da Câmara de Fafe, Paula Nogueira, felicitou a artista pelo resultado do seu trabalho, bem como a escolha do tema do entrançado de palha, “maior arte tradicional do concelho, que merece destaque”.
“Acho que este mural fica bem destinado às nossas tradições. O professor Vicente Coda está desafiado a convidar artistas que trabalhem as nossas tradições para este mural. (…) Os fafenses vão rever-se muito aqui, neste bocadinho que é parte deste anfiteatro natural”, referiu.
O realismo que compõe o graffiti, com o detalhe das mãos a trabalhar a palha, em tons de azul, foi saudado pela vereadora: “Não só faz um olhar maravilhoso sobre as nossas artes tradicionais, como a abordagem recupera e faz lembrar uma fase inicial do nosso maior pintor, Orlando Pompeu, de referência nacional e internacional”.
Paula Nogueira garantiu que a arte urbana vai continuar a merecer a aposta da autarquia, tendo o parque da cidade ainda “muito espaço para essa expansão”, mas também com outros murais “mais antigos a necessitar de refrescamento”.
A vereadora assumiu o desejo de ter “gente de Fafe a pintar os nossos murais“: “Não é só pintar o que somos, mas quem somos. O meu desejo próximo é ter alguém de Fafe com uma proposta”.
Vicente Coda, curador do projeto, prometeu “abraçar o desafio” de dar destaque às tradições fafenses, considerando que este trabalho abriu um novo leque de temas. “Fafe é já um pólo cultural de arte urbana na região do Minho. Vamos continuar para ser um grande destaque internacionalmente, nesta que é a arte mais democrática”, sublinhou.
A artista, Mafalda Gonçalves, mostrou-se satisfeita com o resultado final, que é resultado de uma semana de trabalho, desenvolvido com detalhe a pincel.
“Foi muito interessante conhecer esta nova cultura e contribuir para o reavivar desta arte da palha entrançada“, partilhou a artista, que conta com trabalhos não só em Portugal, mas também em cidades como Madrid, Bristol e na região das Astúrias.
Na composição do seu trabalho, Mafalda Gonçalves sublinhou ainda o cuidado que teve em fazer “a obra principal respirar”, mas também deixar nas margens um espaço de transição para os artistas que vierem a seguir.
Recorde-se que a edição deste ano do projeto “Café Cultural Residências Artísticas” já trouxe a Fafe trabalhos do português Nem, da brasileira Mura e do mexicano Spike, na Praça das Comunidades.