A Unidade Local de Saúde do Alto Ave anunciou que vai a partir deste mês passar a disponibilizar um “tratamento inovador”, minimamente invasivo, para nódulos benignos da tiróide.
O novo procedimento será realizado pela equipa de Radiologia de Intervenção, em colaboração com o Serviço de Cirurgia (equipa cabeça e pescoço) do Hospital de Guimarães. Esta unidade passa assim “a ser uma das pioneiras no SNS a realizar esta técnica”, sublinham.
Em comunicado, a ULS Alto Ave explica que “a patologia nodular da tiróide é extremamente frequente na população mundial, estimando-se que se encontre presente em cerca de 50% da população, sendo mais prevalente na população do sexo feminino”. “A avaliação ecográfica dos nódulos determina os que têm indicação para realização de biópsia. Aproximadamente 10% dos nódulos tiroideos são malignos. A larga maioria dos nódulos é assim de etiologia benigna e não causa sintomas. Existe, no entanto, um número não desprezível de nódulos que podem crescem de tal forma que causam sintomas, sejam compressivos (sobretudo dificuldade em engolir, sensação de corpo estranho ou rouquidão) ou estéticos (“papo no pescoço”)”, referem.
No caso de nódulos benignos sintomáticos, o tratamento convencional é a cirurgia (tirodectomia total ou hemitiroidectomia). Estes procedimentos não são isentos de complicações, deixam cicatriz e em grande parte dos casos exigem que o doente passe a tomar medicação para substituir a função tiroideia.
Recentemente foi desenvolvida uma técnica minimamente invasiva que permite tratar estes nódulos, e que passará a estar disponível na ULS do Alto Ave: “De um modo muito sucinto, é colocado através da pele, sob controlo ecográfico, uma antena de termoablação (“agulha especial”) que irá tratar a lesão recorrendo a métodos térmicos (“queimar” a lesão), condicionado ao longo do tempo, significativa redução do seu volume. Tecnicamente é muito semelhante à realização de uma biópsia da tiróide”. Como principais vantagens desta técnica, destacam que não deixa cicatriz, preserva a função tiroidea, não necessita de internamento e tem reduzida taxa de complicações.
“É um procedimento realizado em ambulatório que demora cerca de 30 min. Não necessita de anestesia geral, mas é fornecida medicação de modo a que seja praticamente indolor. Cerca de 1h após o procedimento o doente pode ter alta para o domicílio, sem qualquer restrição, podendo voltar à vida ativa imediatamente após esse período”, explicam, em comunicado.
Segundo a ULS Alto Ave, os casos indicados para este tratamento são aqueles em que os doentes possuem um nódulo benigno único ou dominante que cause sintomas estéticos (nódulo visível ou palpável externamente) ou sintomas compressivos (disfagia, disfonia ou sensação de corpo estranho). Poderá também ser realizado em casos de nódulo benigno comprovadamente em crescimento progressivo para evicção de futuros sintomas.