Os novos membros dos órgãos autárquicos do Município de Fafe, eleitos a 26 de setembro, tomaram posse a 16 de outubro, para o mandato 2021-2025, numa cerimónia pública que teve lugar no pavilhão multiusos.
Antero Barbosa, eleito por maioria absoluta pelo Partido Socialista, foi empossado como novo presidente da Câmara de Fafe, liderando o órgão executivo.
No discurso de tomada de posse, começou por declarar o seu orgulho como fafense no concelho cujos destinos passa agora a conduzir, sublinhando Fafe como um “grande concelho”, pelas “pessoas de trabalho, coragem, garra, justiça e solidariedade” que o habitam, pela sua história, e pela “localização, diversidade e potencialidade do seu território”.
“Temos condições excecionais para o turismo de natureza e outras expressões de lazer, mas precisamos de um plano estratégico para o desenvolvimento sustentado. Temos de abraçar esse desafio de colocar Fafe entre os roteiros turísticos de excelência”, afirmou.
Antero Barbosa focou depois o seu discurso na vertente da economia local, assumindo como objetivos a modernização e ampliação das zonas industriais existentes, e a construção de novos parques industriais onde novas empresas se possam instalar, nomeadamente em Regadas.
“Para captar mais investimento, mais empresas e pessoas precisamos avançar com um plano de transformação digital, a começar pela câmara e abrangendo as juntas de freguesia, associações, empresas e famílias. O digital não é o futuro, é o presente, e temos de estar à frente neste desafio para conseguirmos o desenvolvimento económico que desejamos”, frisou.
Falta de saneamento e diminuição da população são problemas a resolver
O novo presidente da câmara identificou como “dois grandes problemas para os quais urge encontrar soluções” a falta de saneamento básico em grande parte do concelho e a diminuição da população residente. Antero Barbosa reconheceu que o orçamento municipal é insuficiente para o investimento necessário em saneamento e lembrou os condicionalismos pela opção tomada, no passado, pela câmara e pelo Governo, de concessionar à empresa Águas do Norte, por 50 anos, este serviço. “Mas o nosso objetivo é claro, encontrar resposta para este problema urgente”, garantiu.
Quanto à diminuição da população do concelho, identificou como causas a quebra da taxa de natalidade e a saída da população jovem do concelho em busca de empregos qualificados, definindo por isso como prioridade a atração de empresas que tragam emprego de qualidade.
Sublinhando que o concelho “precisa de todos”, apelou à união e à participação cívica de todos, tendo como objetivo último o desenvolvimento sustentado.
“Apelo à participação dos responsáveis e militantes de todas as forças políticas, aos que foram candidatos e não foram eleitos, aos dirigentes associativos, das nossas escolas e aos nossos empresários. É hora de pensarmos mais em Fafe e menos nos nossos interesses individuais ou de grupo. Que o nosso propósito nos impulsione a todos para o futuro. Pela paixão que nos une à nossa terra temos de ser capazes de seguir na direção dos problemas que reclamam de todos nós uma solução”, afirmou.
Antero Barbosa defendeu uma câmara aberta à participação dos cidadãos, que devem tecer críticas e apresentar propostas e soluções. Nesse sentido, afirmou ainda a necessidade da câmara “se modernizar ainda mais, ser mais próxima e amiga, mais e ciente, transparente e célere na resposta”.
Quanto à abertura à participação cívica, disse concretizar-se já em três aspetos: na realização daquela cerimónia num espaço amplo e aberto à participação de todos, na descentralização das reuniões do executivo para as freguesias, que irão realizar com regularidade, e no orçamento participativo que será lançado como incentivo ao envolvimento dos cidadãos.
O presidente recém-empossado enfatizou os ideais e valores que irão orientar as políticas deste executivo: o humanismo, a sustentabilidade ambiental, a justiça, a igualdade, a solidariedade e a cooperação.
“Optamos pela honra sinónimo de seriedade, pela confiança que exige coerência nas nossas ações e atitudes, e transparência que passa por uma comunicação aberta, princípios que queremos ver espelhados nas políticas da Câmara de Fafe”, disse.
Referindo-se aos ideais centrados em Fafe, esclareceu que estes “passam pela inclusão social, económica e digital de todos os cidadãos” e “acolhem o sonho de fazer do concelho de Fafe o melhor sítio para se viver, trabalhar, estudar e visitar”.
O primeiro ato oficial na qualidade de presidente realizou-se no domingo, com visitas de cortesia a duas instituições que têm como missão apoiar, cuidar e educar crianças e jovens em situação de fragilidade social, a Cercifaf e o Lar da Criança, em Revelhe. Com isso pretendeu sublinhar uma das “principais preocupações na condução dos destinos do município: não deixar ninguém para trás, apoiar aqueles que mais necessitam e encorajar os mais jovens para os desígnios do futuro que é de todos e para todos”.
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