O trabalho vem a ser desenvolvido desde 2017 e chega agora às salas de cinema, com a comunidade fafense como protagonista e sobretudo as freguesias de Cepães e Arões S. Romão como pano de fundo a prometer uma viagem por memórias sobre a emigração.
O filme “Erosão” nasce a partir da obra de Miguel Torga, “Terra Firme”, e retrata a longa e penosa espera de um filho há vinte anos ausente. A longa metragem resulta de um projeto comunitário, que uniu vários grupos e entidades do concelho, contando com a participação direta de mais de 200 pessoas.
Na conferência de imprensa de apresentação do projeto, o presidente da Sociedade de Recreio Cepanense revelou que este “superou as expectativas” e se afirma como um marco cultural deixado pela coletividade, o “mais ambicioso de todos”.
“Foi um projeto arriscado, mas uma bonita aventura, que muito engrandece os seus intervenientes e a cultura”, afirmou.
José Rui Rocha, coordenador do projeto, enalteceu o arrojo dos seus impulsionadores, a companhia “Enfim Teatro” daquela associação, em “olharem o desconhecido” e avançarem com o projeto.
Se no início desta jornada reinava a “descrença”, a ideia de que iriam “brincar aos cinemas”, dizem agora “conseguimos”, com sentimento de orgulho pelo resultado final.
“Podem ficar com a certeza que cada um deles se superou. Podem esperar um filme de qualidade, com momentos artísticos de excelência, uma banda sonora, qualidade de imagem e fotografia extraordinárias, e podem esperar emocionar-se provavelmente porque se reconhecerão nas personagens. Não só pela questão da paisagem, da estética, dos lugares e do património exposto, as pessoas encontrar-se-ão na história daqueles personagens: uma história extrema- mente simples e ao mesmo tempo extremamente profunda”, descreveu o também realizador.
José Rui Rocha sublinha que estamos perante um trabalho suportado por “não-atores”, muitos que nunca tinham sonhado integrar um lme e que experienciaram alguns meios técnicos pela primeira vez.
“Fomos exigentes“, garantiu, satisfeito pelo projeto se ter disseminado na comunidade fafense, com a colaboração de diversas coletividades e grupos um pouco de todo o concelho, e por ter envolvido todo um trabalho de investigação, pesquisa, recolha de relatos e memórias de tradições das gentes locais.
A ante-estreia de “Erosão” está marcada para dia 12 de novembro, pelas 21h30, no Teatro Cinema de Fafe. Na mesma sala terá lugar a estreia, dia 13, a que se deverão seguir mais sessões ao longo da semana.
