Foi apresentado, esta quarta-feira, o programa religioso da festa em honra de Nossa Senhora de Antime, que será celebrada de 5 a 14 de julho, pelo segundo ano consecutivo condicionada pela pandemia da covid-19.
À semelhança do ano passado, não haverá a tradicional procissão, mas a imagem visitará a cidade e estará exposta à veneração dos fiéis — na Igreja de Antime, de 5 a 11 de julho, entre as 18h e as 22h; e na Igreja Nova de S. José, de dia 12 a 14 de julho.
Na conferência de imprensa promovida esta manhã, o pároco de Antime, Alfredo Saleiro, começou por lembrar que em tempo de pandemia a Igreja é também responsável pela saúde dos peregrinos que possam vir celebrar a sua devoção em honra de Nossa Senhora de Antime. Assim sendo, avançou que o programa procura “ir de encontro às expectativas das pessoas, mas sempre condicionados pela pandemia”.
“Estamos limitados, não podemos expressar exteriormente a nossa fé como habitualmente, mas queremos que a festa não deixe de ser festa. Até pode ser uma maneira de vivermos interiormente melhor a nossa devoção e fé para com Nossa Senhora de Antime”, afirmou.
O Arcipreste de Fafe, José António Carneiro, reforçou que o programa procura conjugar “a dignidade e a beleza que a celebração em honra de Nossa Senhora de Antime tem de ter e manter, com a segurança que é decisiva em tempo de pandemia”.
“Seríamos indignos com Nossa Senhora e da sua devoção se não velássemos e se não cuidássemos da saúde física dos peregrinos”, acentuou, referindo que as celebrações seguirão as regras e condicionalismos já em vigor nas igrejas.
De 5 a 9 de julho, segunda a sexta-feira, haverá missa diária, na Igreja de Antime, às 19h00, com pregação a cargo do diácono Artur Ribeiro. “É com a prata que é ouro da nossa casa e da nossa terra que nos vamos preparar espiritualmente para viver esta festa”, sublinhou o arcipreste.
No sábado, dia 10, pelas 20h00, haverá a Adoração ao Santíssimo, com transmissão em direto na Fafe TV.
No domingo, dia 11, o “grande dia festivo”, a missa solene na Igreja de Antime será pelas 9h00, presidida por D. Jorge Ortiga e solenizada pelo Coral de Santa Maria de Antime.
Após a eucaristia, a imagem de Nossa Senhora de Antime estará exposta à veneração pública dos fiéis até às 19h00, altura em que será levada da Igreja de Antime para a Igreja Nova de S. José.
“O ano passado optamos por, conscientemente e responsavelmente, não comunicar a hora a que íamos fazer esse transporte, com o receio legítimo de haver uma grande concentração de pessoas, que queríamos e queremos também este ano evitar”, anotou o padre José António Carneiro.
Lembrando que o cenário da pandemia “sendo ainda grave não é o mesmo do ano passado”, apelou à “consciência e responsabilidade das pessoas”, que neste percurso queiram acompanhar o transporte da imagem que, garantiu, será feito de forma “digna e segura”.
“O transporte de uma relíquia não se pode fazer de qualquer maneira”
A propósito, e tendo em conta as críticas feitas o ano passado, avançou que o transporte da imagem será feito de forma “muito similar, ainda que com uma envolvência diferente”, já que será num camião aberto e não fechado.
“As pessoas têm de reconhecer as características próprias desta imagem para perceber aquilo que se pode e não se pode fazer com ela. A imagem é uma relíquia, que tem séculos de existência e é motivo do nosso fervor. Não velar pela imagem de Nossa Senhora de Antime seria um pecado muito grave, uma irresponsabilidade muito grande. O transporte de uma relíquia não se pode fazer de qualquer maneira. As condições de transporte têm de dar garantia que a imagem não vai ser destruída”, frisou.
O arcipreste lembrou que esta é uma imagem única, “muito pesada, frágil, feita de uma conjugação de pedra e madeira e tudo isto requer delicadeza” e garantia de estabilidade da imagem que é levada na charola. A viatura irá então em marcha lenta, sem paragens, e pelo caminho mais direto, com os pegadores muito próximo da imagem para garantir que esta não sofre nenhum tipo de dano.
Ao programa religioso juntam-se dois momentos culturais: um concerto de música pela Academia de Música José Atalaya transmitido online, no sábado, pelas 21h30; e ainda uma conversa sobre as Festas de Nossa Senhora de Antime, com o foco na sua dimensão histórica, pelo historiador Artur Coimbra, no dia 13, pelas 21h30, na Igreja Nova de S. José, online e presencial.
Por fim, foi lançado o convite aos fiéis para que adornem as suas janelas ou varandas, dando um sinal exterior de que estamos em tempo de festa.