Fafe é um dos concelhos abrangidos na denominada área de ‘Seixoso-Vieiros’, viabilizada pelo Governo para possível pesquisa e prospeção de lítio, a par com mais cinco zonas do país.
O assunto foi levado à reunião do executivo municipal de segunda-feira, pelo líder do PSD, que questionou o presidente da câmara se existia alguma posição técnica da autarquia sobre a questão.
Rui Novais da Silva manifestou-se preocupado com o impacto negativo que tal possa vir a ter, a nível ambiental e de bem-estar da população, defendendo que “a câmara deve agir, não numa forma de alarmar as pessoas, mas de as informar”.
“Devemos agir. Ouvir os especialistas, as posições dos presidentes de junta, fazer com que haja aproximação à população e, com mais conhecimento do que possa vir a estar em causa, tomar uma posição concertada que possa salvaguardar os interesses da população e da nossa terra”, defendeu.
A área em causa diz respeito à zona sul do concelho, abrangendo as freguesias de Arnozela, Regadas, Silvares S. Martinho e Armil, numa área total no concelho fafense de 34 km2, segundo o relatório consultado pelo Expresso de Fafe.
Particularizando a freguesia de Regadas, o vereador social-democrata questiona “se a pesquisa do lítio não possa vir a inviabilizar a atração de investimento no futuro para a zona industrial”, que se prevê estratégica.
O presidente da Câmara de Fafe garantiu que o município está a acompanhar o processo e avançou que irá reunir-se esta quarta-feira com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, juntamente com os restantes autarcas dos concelhos abrangidos por esta área de prospeção e pesquisa de lítio.
“A nossa responsabilidade enquanto políticos é estar na defesa dos interesses da nossa terra e gerir estes processos, que são complexos e complicados, com a serenidade que têm de ter”, começou por dizer.
“Ainda não sei se vai acontecer ou se vai lá haver prospeção, ainda é dessa fase que estamos a falar. O que gostaria de transmitir à população do meu concelho é que se isso se vier a verificar estarei na defesa dos interesses da nossa população e na defesa de que, se essa prospeção vier a ocorrer no nosso território, que eu duvido muito, garantir todas as condições para que o impacto seja o menor possível”, declarou o autarca.
Antero Barbosa diz não desejar a prospeção de lítio no concelho, mas estar interessado em posicionar o concelho na outra parte da “cadeia de valor do lítio”, nomeadamente atraindo empresas de transformação.
“Se puder vir a acontecer e trouxer riqueza, mais empregos e melhores salários para o nosso concelho, isso estou inteiramente disponível para que aconteça e darei a cara por esses investimentos”, concluiu.