“Devolver as linhas de água às pessoas e cuidar do ambiente” é o objetivo do Município de Fafe com as obras de reabilitação dos rios Vizela, Ferro e Bugio, que arrancaram na última semana.
A intervenção estende-se ao longo de cerca de 40 quilómetros de margens e envolve a plantação de 28 mil árvores e plantas, num investimento de mais de um milhão de euros, financiado na totalidade pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
O arranque das obras de reabilitação, requalificação e valorização dos rios foi assinalado pelo município, na quarta-feira, num ato simbólico que contou com a presença do vice-presidente da APA, Pimenta Machado.
“Recuperar a galeria ribeirinha, a funcionalidade dos sistemas naturais, beneficiar o habitat das espécies residentes e autóctones em domínio hídrico, aumentar a atratividade dos espaços fluviais, favorecer e valorizar a paisagem e a biodiversidade e incentivar as pessoas para o contacto com a natureza” são os objetivos apontados pela autarquia com esta obra.
Segundo o município, a intervenção deverá estar concluída até ao final de dezembro deste ano, decorrendo ao longo das margens do rio Vizela (17,5 Km), rio Ferro (13,9Km) e rio Bugio (7,8Km).
Entre outras operações, as equipas técnicas vão desenvolver ações de desobstrução dos cursos de água, resolução de problemas hidráulicos, criar escadas para favorecer a circulação das espécies piscícolas. O rio Vizela, que serviu de cenário à apresentação, contará com dois espaços de inundação especial e operações de estabilização de margem com engenharia natural numa extensão de 7,5 Km.
“Aguardava muito por este momento. Esta é uma intervenção muito importante, no principal rio que atravessa o nosso concelho, e que vai permitir devolver as linhas de água, as margens dos rios, às pessoas, para que possam desfrutar da natureza, cuidar da sua saúde e frequentando estes ambientes contribuírem para a sua proteção”, afirmou Antero Barbosa, presidente da Câmara de Fafe, na sessão.
O autarca sublinhou o empenho em “envolver a população”, tendo para isso sido promovidas “sessões públicas de apresentação, complementadas com a ação de sensibilização que ainda decorre pelas freguesias e junto dos proprietários”.
“Esta obra aporta uma mensagem de defesa do meio ambiente, da natureza, dos ecossistemas e dos recursos hídricos e a sua importância também deriva do facto de apostar numa intervenção menos artificial, quebrando a «moda» dos passadiços que encaramos como complemento de mobilidade e acesso”, referiu.
O vice-presidente da APA, Pimenta Machado, elogiou o Município de Fafe pela sua visão desta intervenção numa perspetiva de conexão da cidade à barragem de Queimadela.
“Felicito o discurso moderno, com visão, do senhor presidente Antero Barbosa. Em 2015, o tema nestes rios ainda era a poluição, hoje estamos numa outra dimensão, apesar de algumas ocorrências pontuais e da necessidade de estarmos vigilantes, mas estamos efetivamente numa fase diferente, a da valorização e enriquecimento do património natural existente”, disse Pimenta Machado.
“Vamos intervir e trabalhar conjuntamente e o desafio que aqui é lançado faz todo o sentido”, concluiu, referindo-se ao projeto de expansão do parque da cidade de Fafe com ligação à praia fluvial de Calvelos, que na ocasião foi apresentado.