Alexandre Leite é o candidato da CDU à Câmara de Fafe nestas eleições autárquicas. Em entrevista ao Expresso de Fafe revelou o que o motiva a ser candidato, a avaliação que faz ao mandato que agora termina, o que pretende fazer de diferente, a sua visão sobre o futuro do concelho em algumas áreas e ainda as expectativas quanto ao resultado eleitoral.
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O que o motiva nesta candidatura?
Sou candidato da CDU, fui já à Assembleia Municipal, e tal como nessa altura, as minhas motivações políticas são de perceber que o mundo em geral e Fafe em particular precisa mesmo de ser mudado, que é possível fazer essa mudança no sentido de mais progresso, maior justiça social, de um mundo mais justo. Há essa necessidade, há essa possibilidade e o caminho é pela esquerda. A CDU tem mostrado estar do lado certo, do lado dos trabalhadores, das populações. A minha motivação é provocar uma mudança real, com um caminho definido.
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Como avalia o mandato que agora termina?
Não foi muito diferente dos anteriores. As reais necessidades da população, em termos de coisas muito simples, como saneamento, transportes, habitação, educação, praticamente ficaram como estavam. Em alguns casos estaremos até piores. Embora se possa dizer que fizeram o Nó de Arões, a recuperação do Bairro da Cumieira, são coisas esporádicas, sem um plano estratégico definido e que deixam para trás muitas coisas simples, básicas, infraestruturais, que era preciso fazer, continuam a não ser feitas, nem se perspetiva que venham a ser feitas.
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Que prioridades define e o que acredita que o diferencia?
A principal diferença que a CDU traria era a mudança de foco. Em vez de eventos mediáticos e medidas eleitoralistas, a resolução real dos problemas, a dinamização da economia local, a democratização da administração autárquica, a construção de habitações de custo reduzido, creches públicas… A CDU difere na atitude política, dando prioridade ao que é prioritário. A resolução de problemas básicos e estruturais que permitirão depois o progresso do município e evitar todas essas falhas que depois vemos, como a diminuição da população”.
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VISÃO SOBRE O FUTURO DO CONCELHO
- Economia e Emprego
Querer resolver o problema do emprego contratando pessoal para a câmara não me parece grande política. A câmara tem ao dispor ferramentas para dinamizar, começando pelas infraestruturas. Por exemplo, uma rede de creches públicas pode parecer que não vai dinamizar o emprego, mas se os trabalhadores perceberem que aqui têm condições para ter uma família se calhar não vão procurar outro sítio. Começa pelas coisas simples, as infraestruturas básicas. Não basta bater à porta de uma empresa e pedir para vir para Fafe. É preciso dar condições.
- Saneamento e distribuição de água
Deve alargar-se a rede de saneamento para melhoria da saúde de todos. É uma obra pesada, mas é preciso pôr mãos à obra, fazer um plano. Percebe-se que não há essa vontade. Daqui a 4 anos, o candidato da CDU estará outra vez a sublinhar que deveria estar feito e não está. Há também uma queixa na população dos preços no saneamento. Começa a ser incomportável. Em relação à água, parece-me claro que o preço devia baixar e há condições para isso. Porque não a câmara assumir também o saneamento, com a vantagem da economia de escala dentro da empresa das águas?
- Ação Social
Não se pode separar a ação social de tudo o resto da câmara. Só faz sentido que hajam programas sociais para resolver situações esporádicas de emergência. A política que os órgãos autárquicos devem ter a médio prazo deve procurar resolver na raiz os problemas sociais, como a falta de emprego. A melhoria dos transportes públicos, a educação, as creches, os livros escolares… Todos essas conquistas sociais reduzem depois a necessidade de apoios sociais. Eternizar apoios sociais sem resolver os problemas não é uma política que esteja ao serviço das populações e também não traz confiança no futuro.
- Turismo/Cultura
O norte do concelho tem um grande potencial turístico, mas não se tem percebido que haja uma política municipal que o fomente. Era preciso dialogar com os agentes turísticos locais e definir uma política que rentabilizasse zonas abandonadas e que trariam movimento à economia. É muito mais urgente fazer isso do que fazer um evento que traga milhares de pessoas, que no dia a seguir já não estão cá. Dá mais nas vistas, tratá mais votos, talvez, mas é pernicioso a longo prazo, porque não resolve o problema nem é sustentável. É a política do fogo de artifício. Podemos fazer coisas simples, mas com impacto local, como uma estação de serviço para caravanismo.
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Qual a expectativa quanto ao resultado eleitoral?
Conseguirmos recuperar a representatividade na assembleia municipal era muito importante, mesmo para os próprios trabalhos da assembleia. Seria uma voz que traria os problemas da população, com iniciativa e propostas na resolução desses problemas. Temos boas expectativas em relação aos resultados (também em algumas freguesias), e sabemos que no dia seguinte às eleições continuaremos o nosso trabalho de procura ativa de uma mudança positiva para o nosso município.
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Um mensagem ao eleitorado fafense.
Sabemos que se os resultados forem um reforço da CDU, quer na câmara municipal, quer na assembleia municipal, quer nas diversas freguesias às quais concorremos, a população ficará beneficiada com a presença da CDU nesses órgãos autárquicos. E por isso achamos que a população deve perceber que a CDU tem estado do lado certo e que está na altura de reforçar a CDU para a próxima população ficar beneficiada.