A candidatura aos órgãos sociais da Associação Desportiva de Fafe encabeçada por Eugénio Marinho quer esclarecimentos por parte da Mesa da Assembleia Geral do clube sobre o processo eleitoral, que não tem ainda data marcada.
Em conferência de imprensa, promovida este sábado, Eugénio Marinho disse esperar “que o processo eleitoral seja claro, absolutamente transparente e realizado no momento certo”.
O candidato à presidência da associação manifestou preocupação pelas eleições, que habitualmente se realizam entre junho e julho, não terem ainda data marcada e haver “intenções de adiamento para setembro, outubro ou até mesmo dezembro”. Em causa estará um problema interno relacionado com a cobrança das quotas aos associados.
“Queríamos transmitir a todos os sócios que consideramos isso absolutamente inaceitável e entendemos que não é possível para ninguém que vá assumir os destinos do clube encontrar no seu início uma casa já organizada à medida de alguém que pode não ser aquele que ganhe o ato eleitoral”, afirmou.
Eugénio Marinho disse já ter falado com o presidente da Assembleia Geral da AD Fafe, tendo-lhe transmitido que o processo eleitoral “deve ocorrer o quanto antes”. “É preciso preparar a próxima época desportiva”, frisou, lembrando ser tempo de escolha de jogadores e equipas técnicas.
O candidato lamentou ainda não lhes ter sido facultada a lista de sócios da AD Fafe, pois só assim, sublinha, as candidaturas poderiam “trabalhar em igualdade de armas“: “Ainda não tivemos oportunidade de nos dirigirmos aos sócios todos porque até hoje ninguém nos facultou, apesar de várias vezes solicitado, uma lista de sócios, o que lamento que tenha sucedido”.
A propósito, lembrou que junho é tradicionalmente o mês de apresentação de contas do clube — em assembleia que não foi ainda marcada —, e que a sua candidatura também precisa de ter acesso a estas para “perceber como se desenvolveu a época 2020/21 e ter noção precisa daquilo que o clube vai necessitar de intervenção”. “Saber o que contar do ponto de vista das contas é um dos pilares essenciais do bom funcionamento da instituição”, defendeu.
Quanto à candidatura que lidera, sublinhou ser composta por uma equipa “amplamente motivada, multifacetada, com pessoas das mais diversas atividades, que transportarão para o Fafe os seus conhecimentos para desenvolver um projeto” que acreditam ser o que os sócios querem.
“É uma equipa extremamente motivada para transformar o Fafe. Dar ao Fafe o que não tem tido, que é a perspetiva de ter um futuro ao nível dos melhores clubes deste país. (…) O Fafe não é menos do que muitos noutros concelhos que têm sonhado e têm conseguido atingir os patamares maiores do futebol nacional”, firmou.
Eugénio Marinho assegura que esta “não é uma candidatura contra ninguém, é uma candidatura a favor do Fafe”. “Por isso é que usamos o lema “união pela Associação”. Não estamos aqui para dividir, estamos aqui para unir todos os sócios”, garante.
Considerando que “todas as candidaturas são importantes”, Eugénio Marinho saudou a candidatura que representa a continuidade, pelo atual presidente Jorge Fernandes, de quem disse esperar um “confronto salutar e positivo”, e rejeitou críticas:
“Não há aqui ninguém que precise do Fafe para se servir. Há pessoas aqui que querem servir o Fafe”, referiu, revelando que aceitou o desafio para encabeçar uma lista “depois de algumas insistências” e por reconhecer que quem o desafiava para “dar um novo rumo ao Fafe” tinha “um grande amor à camisola”.
“Sou sócio há 30 anos. Recordo-me de ir ver jogos de futebol do Fafe teria quatro ou cinco anos com o meu pai, que foi sócio fundador e que se fosse vivo seria o sócio 3 ou 4 da Associação Desportiva de Fafe. Ninguém me vem dar lições a mim de amor ao clube”, disse.
Lembrando que a AD Fafe não é só futebol, garantiu que com esta candidatura haverá “um claro e absoluto respeito por cada uma das modalidades” e avançou que o programa eleitoral está a ser preparado e será apresentado “no momento certo”.
“Viemos para ficar. Façam o que fizerem, ninguém aqui vai desertar. Nós estamos aqui para ficar de pedra e cal. Já tinha dito que em qualquer circunstância seremos candidatos, e seremos em qualquer circunstância, mesmo naquelas que nos possam apresentar como as mais complexas e difíceis. Não recuamos e não será por via administrativa que nos vão impedir de ser candidatos. Que fique claro: nós não abdicaremos dos nossos direitos nunca”, concluiu, dizendo esperar um “ato eleitoral digno, respeito entre todos e sobretudo respeito pela Associação Desportiva de Fafe”.