O PSD propôs, na reunião do executivo municipal desta segunda-feira, a criação de um ‘cheque-educação’, para apoiar de forma extraordinária as famílias fafenses no arranque deste novo ano escolar, face ao “elevado impacto que a inflação está a ter no custo de vida”.
Segundo o vereador social-democrata, Rui Novais da Silva, o objetivo da medida seria apoiar os encarregados de educação na aquisição de material escolar, através da atribuição de um vale a descontar nos estabelecimentos de comércio do concelho, que desta forma seriam também abrangidos.
De acordo com a proposta de recomendação apresentada pelo PSD, a medida seria destinada a todos os estudantes residentes em Fafe que frequentem o ensino obrigatório em estabelecimentos de ensino público do concelho — ou fora, desde que comprovem a inexistência de oferta formativa em Fafe — e todas as crianças que frequentem jardins de infância dos setores público, solidário e privado também no concelho de Fafe.
Em resposta, o presidente da Câmara de Fafe, Antero Barbosa, disse entender a “intenção e preocupação face ao impacto que a inflação está a ter nas famílias”, garantindo que os apoios estão acautelados dentro dos critérios estabelecidos.
Antero Barbosa anotou que a autarquia assegura a gratuitidade dos livros de fichas e apoio para material escolar aos alunos do ensino básico com escalão A e B, bem como refeições e transporte, e por isso “não há impacto nestas famílias por causa do arranque escolar”.
“Não vamos dar um apoio generalizado a todas as famílias, acho isso tremendamente injusto“, considerou o autarca, reconhecendo que haverá “uma franja grande que precisa” e não está abrangida, mas o município “dispõe de instrumentos para ajudar as pessoas que sintam dificuldades”, que deverão abordar o serviço social.
“Aquilo que acho justo é que a câmara apoie quem precisa, já o faz há muito tempo e mantém esse apoio — ninguém deixará de frequentar a escola por falta de apoios. Sou sensível a que nesta fase todos são confrontados com dificuldades. Já dei indicações aos serviços da câmara para que as famílias que porventura não estão enquadradas nestes apoios as possamos apoiar por solicitação das mesmas. A câmara tem disponibilidade para acorrer a situações de emergência que surjam a famílias que tradicionalmente não eram apoiadas“, reforçou.
Rui Novais da Silva, líder do PSD, diz lamentar a “não aceitação da medida no momento crítico que vivemos”, entendendo que sendo a escolaridade obrigatória o apoio deveria abranger todos — com uma “descriminação positiva nos escalões já apoiados” — também como forma de “precaver” situações de emergência social.