Foi inaugurada, neste 5 de Outubro, a nova ‘Praça da Justiça’, fruto do projeto de requalificação das traseiras do edifício do tribunal, que pretendeu dar mais relevo, visibilidade e acessibilidade à icónica estátua da ‘Justiça de Fafe’.
Também neste local está agora o ‘Mural das Causas’, monumento alusivo ao ‘Terra Justa — Encontro Internacional de Causas e Valores da Humanidade’.
A intervenção neste local representou um investimento de cerca de meio milhão de euros, que se traduzem numa “melhoria significativa na reabilitação do espaço público da nossa cidade”, considerou na inauguração o presidente da câmara.
“A ‘Justiça de Fafe’ é para muitos fafenses o verdadeiro ex-líbris de Fafe“, começou por referir Antero Barbosa, lembrando como a estátua, ali situada desde 1981, e que tem por base a famosa lenda, “sempre foi controversa”, bem como a sua localização.
O autarca sublinhou que esta intervenção respeita a consulta pública feita em 2012, da qual resultou que “a maioria pretendia que a estátua ficasse neste local, acessível a todos e com maior visibilidade”.
“Foi o que fizemos. Respeitamos o que resultou da participação livre da população”, referiu o edil.
Sobre a importância do monumento evocativo da Justiça de Fafe, Antero Barbosa citou Laborinho Lúcio, cujas palavras, proferidas numa visita a Fafe, a 5 de outubro de 2021, diz terem motivado esta intervenção, estando agora perpetuadas numa placa junto ao monumento:
“Dos versos de Inocêncio Carneiro de Sá à tradição oral que proclama a «Justiça de Fafe», imortalizou-se a narrativa de que «com Fafe ninguém fanfe».
A destreza dos que em Fafe manobram o pau de lódão reforça esse imaginário de homens e mulheres enlevados na defesa da justiça, diante de uma linha ténue que separa os heróis das causas justas dos justiceiros da violência.
Desde 1981 que o Monumento à Justiça de Fafe pontifica neste local agora transformado em «Praça da Justiça».
Este símbolo representativo e identitário, ex-líbris controverso, materializa uma lenda e afirma-se como uma sentinela. Nas traseiras do poder judicial, lembra que a titularidade da Justiça repousa no povo e dele emana, inspirado pela Civilização, pelo Direito e pela Lei que proíbem, e impedem, a justiça das ruas, das multidões e feitas pelas próprias mãos.
Comprometida com os direitos fundamentais, os princípios e os valores de uma sociedade democrática e moderna, a Justiça é de todos, e dela também é a Justiça de Fafe”.
A inauguração contou com uma performance da Escola de Bailado alusiva à ‘Justiça’, a interpretação do Hino de Fafe pela Orquestra de Fafe e o fado “Fafe meu amor” por Cristina Lima.
